Adorável como as Rosas

Quando criança eu costumava assistir desenhos na tv até tarde, dormir na sala e magicamente acordar no meu quarto deitada em minha cama. Isso acontecia quando criança e pelo o que vejo, aconteceu novamente em minha adolescencia. Mas não acordei em meu quarto e sim em um cômodo de um castelo. Gostaria de saber se estou em uma viajem com a minha família em um hotel temático, pois tudo por aqui parece muito medieval... exceto as janelas, porta e relógio que não fazem o menor sentido nessa decoração. Seja lá o que for tudo isso, tenho que levantar dessa cama onde eu pareço uma bela adormecida e descobrir onde estou. Ou lembrar. Me sentia esquista, ainda mais com esse pijama que parecia ser de uma vovó. Tento checar o relógio para saber as horas, porém ele devia estar estragado, estava girando no sentido contrário. Decido ir até a janela, mas estava tudo tão escuro através dela que me faz desistir de ver. Então volto a cama onde eu estava deitada e ali me sento esperando alguns minutos. Esperando pelo o quê? Não há sentido nisso. Eu deveria estar assustada, arrancando os cabelos, desesperada e com medo de um assassino passar por aquela porta e vir aqui me matar. Mas não estou preocupada e sim prestando atenção no agradável perfume das rosas que estavam em um vaso ao lado da cama. Tinham pétalas perfeitamente desenhadas e sua cor era tão vermelha quanto o sangue. Eu poderia ficar horas as admirando. Eram extremamente lindas, mas um barulho inesperado me faz tirar a atenção delas. Podia-se ouvir uma chave destrancando a porta do quarto. Ela girava lentamente e isso se tornava assustador. Até que tudo volta a ficar em silêncio. Deveria ser um sinal para eu ir até a porta. Uma pessoa normal diria para não ir até lá, pois isso é uma armadilha para matar pessoas indefesas. Aquela porta é o único meio de eu poder sair desse quarto. Me aproximo dela e a abro. Adoravelmente macabro o que vejo agora.